Organizadores do movimento anti-Dilma esperam reunir 100 mil
Grupos contrários à presidente estão organizando o que pode ser um dos maiores movimentos anti-Dilma e a favor do impeachment da presidente
Novos protestos estão marcados para acontecer neste domingo (15) em mais de 200 cidades do Brasil. Grupos contrários à presidente estão organizando o que pode ser um dos maiores movimentos anti-Dilma e a favor do impeachment da presidente. A convocação conta com o apoio de jovens adeptos da cartilha liberal, empresários que pregam enxugamento radical do Estado e até defensores da intervenção militar no país.
Os principais líderes do movimento são os grupos Vem pra Rua, Legalistas e MBL - Movimento Brasil Livre, todos com forte atuação na internet por meio de redes sociais, onde divulgam suas ideias. Apesar de terem ideais diferentes, eles prometem se unir em torno do que consideram um ponto em comum: as críticas ao atual governo. Todos os grupos evitam estimar a adesão ao ato deste dia 15. Internamente, falam em levar 100 mil pessoas às ruas.
O movimento Vem pra Rua divulgou nesta sexta-feira (13) em sua página do Facebook vários vídeos de artistas se manifestando contra a corrupção e chamando seus seguidores para participarem do ato de domingo. O apoio vem de famosos como Caio Castro, Márcio Garcia, Christine Fernandes, Malvino Salvador, Marcelo Serrado, Alessandra Maestrini e Kadu Moliterno.
“Existe alguma coisa errada com os políticos brasileiros, não todos, a gente não pode generalizar, achando que nada acontece. Não, está acontecendo. As pessoas estão insatisfeitas [...] Nunca tantos políticos foram pegos roubando”, afirma o ator Marcelo Serrado, em um dos vídeos em que convoca os brasileiros: “Só tenho a dizer uma coisa: vem pra rua”. Também em gravação, o ator Caio Castro diz: “Basta de mentiras, basta de corrupção. Vem pra rua”.
Atos pró-governo também criticam MPs que mudam leis trabalhistas
A sexta-feira,13, foi marcada por manifestações pacíficas em apoio à Petrobras por todo o Brasil. Os protestos foram convocados por centrais sindicais e outras entidades. Apesar de terem sido organizadas como apoio ao governo da presidente Dilma, em vários locais pelo país as manifestações carregaram tons de cobrança ao governo federal, principalmente no que diz respeito aos direitos trabalhistas, com as recentes alterações em relação ao seguro-desemprego e mudanças previdenciárias. Foram pedidas reformas política e agrária.
Houve protestos em 24 estados e no DF. Em todo o país, o movimento reuniu 32 mil pessoas, segundo as autoridades policiais, e 148 mil, segundo organizadores.
Pelo país Em São Paulo, segundo a Polícia Militar, 12 mil pessoas participaram dos atos na Avenida Paulista. O presidente da CUT, Vagner Freitas, comemorou o resultado dos protestos. “Foi um sucesso extraordinário. Manifestação em todas as capitais pelo direito dos trabalhadores, pela democracia”.
Em vídeo divulgado no site do Partido dos Trabalhadores (PT), o presidente nacional da agremiação, Rui Falcão, defendeu o direito à livre manifestação, mas mostrou preocupação com os rumos dos atos e mandou um recado aos apoiadores do PT: “Não aceitem provocações de extremistas, mas também não abaixem a cabeça”.
No Rio de Janeiro, petroleiros impediram a entrada de trabalhadores na refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, pela manhã. À tarde, quase mil manifestantes, segundo a PM, caminharam da Cinelândia em direção à sede da Petrobras, na Avenida Chile. Manifestantes deram um abraço simbólico na sede da Petrobras e cantaram o Hino Nacional. Em seguida, gritaram “Viva Dilma”.
No Distrito Federal, manifestantes ligados à CUT marcharam em volta da Rodoviária do Plano Piloto, no início da Esplanada dos Ministérios. Três das seis faixas do Eixo Monumental foram fechadas para a passagem deles.
Cerca de quatro mil manifestantes, segundo a CUT, e 1.800, segundo a PM, participaram do ato em Campo Grande (MS). Dez indígenas da aldeia urbana Água Bonita também protestaram pela regularização da área. “Hoje, vivemos em barracos. Queremos a construção de nossas casas”, afirmou Alexandre Arevalo, representante do grupo.
Medidas
Os protestos em Recife (PE) pediram o fim das medidas provisórias 664 e 665, que alteram pontos da legislação trabalhista, além de defender a Petrobras. Cerca de três mil pessoas, segundo a CUT, e 1.500, segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano, protestaram.
Os atos em Minas Gerais reuniram 1.500 pessoas em frente à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana, e outros 1.350 manifestantes em frente à Assembleia Legislativa em Belo Horizonte. A presidente Dilma, que tinha compromisso na capital mineira, cancelou a agenda de sexta para cuidar da mãe, Dilma Jane Silva, 90 anos, segundo a Secretaria da Presidência, que não divulgou o estado de saúde dela.
Salvador tem manifestações em apoio à Petrobras
Em Salvador, três mil manifestantes, segundo o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) e 800 pessoas, de acordo com a Polícia Militar (PM), participaram do ato em apoio à Petrobras, pela manhã, em frente à sede da estatal, no bairro do Itaigara.
Ex-presidente da estatal, Gabrielli participou do ato pela manhã (Foto: Evandro Veiga)
O ex-presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, participou da manifestação e foi recebido com aplausos. Na véspera, ele depôs na CPI da Petrobras. “Se há casos de pessoas envolvidas em corrupção dentro da Petrobras, elas precisam ser punidas”, defendeu Gabrielli, que dirigiu a empresa por sete anos, maior parte do período investigado.
Pela tarde, cerca de 1.200 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, e três mil manifestantes, segundo a regional baiana da Central Única dos Trabalhadores (CUT-BA), participaram da manifestação, no Campo Grande, em homenagem ao Dia da Mulher e em defesa à Petrobras. “Estamos apoiando as mulheres e os trabalhadores. Não merecemos ser tratados desta forma por conta de meia dúzia de corruptos”, afirmou o presidente da CUT-BA, Cedro Silva, que é técnico da Petrobras.
O Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia esteve em ambos os atos. “Viemos na defesa da Petrobras, que envolve diretamente funcionários de diversos setores, além de lutar por uma reforma política e contra as medidas provisórias 664 e 665, que alteraram leis do seguro desemprego”, disse o diretor do sindicato, José Pinheiro. “Há 30 anos fazemos esta caminhada lutando pelos direitos das mulheres. Este ano juntamos diversas entidades”, disse uma organizadora da Marcha, Marta Rodrigues. Texto de Naiana Ribeiro.
Jampa Web Jornal
Correio da Bahia
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