Produção de coco passa por grave crise na Paraíba

Seca torna irrigação impossível no sertão do Estado. Por causa da qualidade dos frutos, cada coco é vendido por R$ 0,40.

O açude que abastece a cidade de Sousa, no alto sertão da Paraíba, está com menos de 10% da capacidade. Há dois anos o reservatório começou a secar, e a maior produção de coco do estado ficou prejudicada.

Uma área de 2.400 hectares praticamente não está produzindo. As bombas do sistema de irrigação foram desativadas. De acordo com o Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias do estado, em todo espaço do perímetro irrigado de São Gonçalo, 80% dos coqueiros já estão mortos.

Do que restou, a maior parte não tem capacidade de produzir.  O ritmo da produção da região era intenso. Chegavam a sair mais de 100 mil cocos por dia para a exportação. Hoje, tem dias que os produtores não conseguem tirar um coco sequer, e o resultado de tudo isso não podia ser outro: este ano, o desemprego atingiu 95% no setor.

Mais duas mil pessoas estão sem emprego. O marido da dona de casa Cleia Batista Vieira da Silva, trabalhava no corte do coco, e quando viu a produção parar teve que ir embora.

Muitas casas estão fechadas. Os agricultores abandonaram o lugar em busca de emprego em outras regiões do país, principalmente o Sudeste.

Quem decide ficar, luta para conseguir alguma ocupação. “Antes a gente trabalhava a semana inteira, e agora só estamos trabalhando um ou dois dias por semana, quando tem”, declara Adriano Pereira da Silva, trabalhador rural.

Por causa da qualidade dos frutos cada coco está sendo vendido por R$ 0,40. Na safra passada saia por R$ 0,70.

Assista o vídeo no G1

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Larissa Fernandes - Souza/pb