Turistas invadem Normandia para ver a maré do século
O famoso Monte Saint-Michel (Normandia, França) foi invadido por turistas de todos os cantos da França e de outros países para a "maré do século", um fenômeno espetacular provocado por um alinhamento excepcional da lua e do sol, que influencia nas correntes marítimas.
Desde as primeiras horas deste sábado, os turistas atravessavam a passarela que garante o acesso do continente ao Monte Saint-Michel, e que será completamente encoberto pelas águas.
O Monte, que voltou a ser uma ilha na manhã deste sábado na maré cheia, voltará a ficar isolado do continente esta noite às 20H07 (16H07 no horário de Brasília), quando as águas do Atlântico subirem mais de 14 metro.
O espetáculo já havia atraído cerca de 10.000 pessoas na sexta-feira à noite e o enclave turístico espera um recorde de visitantes neste sábado à noite.
Parecido com uma ilha, o Monte Saint-Michel é classificado como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e recebe turistas durante o ano inteiro. Os períodos de maré alta, no entanto, são os mais procurados.
A última "maré do século" foi em 10 de março de 1997 e a próxima será em 3 de março de 2033. E a deste sábado será a mais forte maré do século XXI.
Este fenômeno ocorre pela conjunção de diversos fatores astronômicos: alinhamento dos astros, distância mais curta entre as órbitas... dado que as marés resultam da atração da Lua e do Sol sobre os mares e oceanos.
Com a maré do século, que ocorre a cada 18 anos ou mais, a amplitude das marés (máxima diferença entre maré baixa e alta) ultrapassa os 14 metros.
Na histórica cidade de Saint-Malo, cerca de 20.000 pessoas, de acordo com a prefeitura, se reuniram para assistir a maré alta na parte da manhã.
Amontoados na calçada, com botas de borracha e capas, as pessoas imortalizaram com suas câmeras a espuma se elevando acima do dique antes de tomar um verdadeiro banho.
"Não havia muito vento, tomamos um pequeno banho, tudo na medida", comemorou Karine, que veio de Chartres (norte) com toda a família.
"Nós amamos a Bretanha. Esta é a terceira vez que visitamos a região e encontramos uma desculpa para voltar. (...)", declarou um casal italiano, Francesca e Gianni, que cruzaram "1.400 km" para passar uma semana de férias na Bretanha.
Na maré baixa, o mar é raso até se perder de vista, e pescadores descalços aproveitam para catar, com pás e ancinhos, berbigões, amêijoas e outros...
Mas as autoridades locais têm advertido nos últimos dias os pescadores para que não sejam surpreendidos pela maré, especialmente na Baía do Monte Saint-Michel, onde, como diz o ditado, a maré sobe "à velocidade da um cavalo a galope".
O clima se anuncia clemente, com inundações raras e de pequena escala e as comunidades costeiras naõ devem se preocupar.
A maré máxima observada no mundo se produzirá na Baía de Fundy, no Canadá, onde deve alcançar 16 metros.
O fenômeno também será muito visível na costa leste da Terra do Fogo, e na costa norte da Austrália e no Reino Unido, no Canal de Bristol (mais de 14 m).
Jampa Web Jornal
AFP - Reuters/ Stephane Mahe
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