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Malha metroferroviária aumenta só 3% em 2014 no país

Expansão é mais ou menos semelhante à dos anos anteriores, quando a malha também subiu em ritmo lento

O país aumentou em apenas 3% sua malha metroferroviária no ano de 2014, agregando mais 31 km às linhas existentes. É o que aponta levantamento da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), órgão que reúne as empresas administradoras de linhas de trem, metrô e VLT no país, divulgado nesta segunda-feira (6). 

A expansão é mais ou menos semelhante à dos anos anteriores, quando a malha também subiu em ritmo lento. Mas, para 2014, havia uma grande esperança do setor já que era prevista a entrada em operação de cinco novas linhas de grande porte que seriam construídas para a realização da Copa do Mundo. 

Segundo Roberta Marchesi, superintendente da ANPTrilhos, nenhuma das cinco linhas está em funcionamento e, com isso, se deixou de acrescentar quase 80 km de novas linhas ao sistema nacional que conta atualmente com 1 mil km. "A expansão foi pouca", afirmou Marchesi. O ritmo pequeno de entrada de novas linhas começa também a afetar o crescimento de passageiros do setor. Segundo ela, o setor vinha incorporando 10% a mais de passageiros ao ano até 2013. Em 2014, o número foi de apenas 4%.

AJUSTE FISCAL 

Segundo a superintendente da associação, os concessionários e empresas do setor se preocupam agora com o ajuste fiscal imposto pelo governo federal, que pode afetar 20 projetos que já estão em execução, com cortes de orçamento, e outros 18 que estão estão próximos de serem contratados. Somente essas 38 nova linhas fariam o país ganhar mais 1.300 mil km, 130% a mais que a malha existente. 

Como são obras de grande porte e que dependem de recursos do orçamento federal ou de empréstimos de longo prazo, os cortes orçamentários poderiam retirar parte dos recursos que garantiriam essas obras. Outro problema do setor, segundo Marchesi, são os seguidos aumentos da conta de energia que já fizeram com que a conta de consumo das empresas que contratam esse insumo diretamente das concessionárias de energia subisse 98% este ano, com a perspectiva de novos reajustes até dezembro. 

O custo da energia é o segundo maior do setor, perdendo apenas para mão de obra. Em anos anteriores, alguns operadores de transporte público foram compensados com subsídios para que o aumento do custo de insumos não impactasse na tarifa. Mas, para ela, essa política não terá mais como ser executada. "Esse custo vai se refletir na tarifa já que os governos estão preocupados com seus orçamentos e não há mais espaço para compensações", afirmou a superintendente.

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DIMMI AMORA BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

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