URGENTE! Debate sobre pílula do Câncer chega ao Senado
Composto desenvolvido por equipe da USP dá esperança para pacientes e desconfiança para Ministério da Saúde, que não regulamenta o uso
Uma audiência pública no Senado caminhou na contramão dos debates plenários, pelo menos em nosso século. Como não acontecia há muito, a comoção sincera foi o tom das discussões em torno da agora polêmica substância fosfoetanolamina, que na visão dos defensores é arma forte contra o câncer, mas na dos detratores, além de não passar de placebo, pode trazer males adjacentes ao do crescimento desordenado de células malignas. As falas dos senadores Álvaro Dias (PSDB) e do mato-grossense Blairo Maggi (PR) foram particularmente destacadas no plenário nesta semana.
Chamada de “pílula do câncer” e desenvolvida por uma universidade brasileira (a Universidade de São Paulo-USP), a fosfoetanolamina ganhou os holofotes depois que vídeos foram viralizados na mídia social de rede digital WhatsApp, onde um homem aparece de terno, em tom professoral, dizendo que o remédio cura o câncer, mas estava proibido de ter sua distribuição gratuita efetivada pela Justiça brasileira. Mostra também alguns casos de pacientes supostamente curados pelas pílulas.
Nesse mesmo tempo, uma ação judicial movida pela família de um paciente do Rio de Janeiro conseguiu o direito de utilizar o remédio experimental da USP via liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin. Mas ele fez questão de dizer que a medida não abriria precedente para que outros pacientes, em situações diferentes, conseguissem acesso às cápsulas que, supostamente, curariam o câncer. Na audiência pública no Senado, centenas de pessoas diziam já ter ingressado com o mesmo pedido e outras sinalizavam que iriam buscar via litígio o direito de tomar a tal pílula.
GESTÃO DIVERGENTE - O assunto é controverso também entre os vários setores da gestão pública do país. Já no anúncio da criação do grupo de trabalho em torno do tema, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, fez um apelo para que as pessoas não usem a substância.
Ao falar, no plenário, sobre a polêmica em torno da fosfoetanolamina, o senador Álvaro Dias reivindicou do governo federal providências urgentes para superar o impasse em torno da distribuição da substância. Dias questionou a proibição para que a fosfoetanolamina seja entregue a pacientes com câncer e criticou duramente o sistema de saúde pública oficial e sua demora na avaliação e liberação de medicamentos. Algo que, na visão do senador, só serve para provocar mortes.
“Não sendo a fosfoetanolamina uma substância ilícita, pode-se proibir que alguém a produza ou que alguém se utilize do medicamento para salvar a própria vida? Essa é uma indagação que tem que ser respondida pelos órgãos responsáveis do Poder Executivo. O que nós repudiamos é esse dogmatismo formalista criminoso, porque acaba matando seres humanos. Nós temos feito apelos aqui, temos legislado sobre a questão, mas quem tem o poder de decidir é o Poder Executivo”, discursou o tucano.
Jampa Web Jornal
Rodivaldo Ribeiro/Reportagem
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