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Angelina Jolie visita refugiados sírios no Líbano e disse: São tratados como mendigos


Visita da atriz e diretora marcou os cinco anos do início da guerra civil. Ela reconheceu foco na Europa mas pediu atenção ao Oriente Médio.

A atriz e diretora americana Angelina Jolie pediu nesta terça-feira (15), no Líbano, que os líderes mundiais não esqueçam os refugiados sírios. A visita marcou os cinco anos desde o início da guerra civil no país.

"Não devemos esquecer que, embora o foco da crise de refugiados esteja colocado sobre a Europa agora, a maior pressão permanece no Oriente Médio e Norte da África, e isso tem sido assim nos últimos cinco anos", disse a atriz, embaixadora da agência da ONU para refugiados (Acnur).

A estrela de Hollywood visitou os campos de refugiados no Vale do Bekaa, no leste do Líbano, onde conheceu uma mulher de 38 anos paralisada há três anos, depois de ter sido atingida por um franco-atirador.

"Ao longo da reunião, não pediu nada nem parou de sorrir, e não falou de outra coisa senão sobre seu desejo de que seus filhos tenham a oportunidade de ir à escola e ter uma vida melhor", contou a atriz.

"Para mim, eles são heróis e me pergunto o que tem que acontecer para que nos encontremos numa situação em que os sobreviventes são tratados como mendigos", criticou Jolie, que mais tarde se reuniu com grupos de mulheres que vivem em albergues em Beirute.

A atriz pediu aos governos que intensifiquem os esforços para ajudar os refugiados, numa altura em que se estima que cinco milhões de sírios tiveram que deixar o país fugindo do conflito.

Jolie pediu "calma e dignidade" para responder à crise de imigração, que em 2015 gerou uma onda de refugiados que levou a um milhão de pessoas para a Europa.

"Não podemos deixar que o medo nos vença", disse, citando como exemplo o Líbano, um país pequeno que recebeu 1 milhão de sírios.

O conflito sírio, que começou em 15 de março de 2011, com protestos pacíficos reprimidos de forma sangrenta, tornou-se uma luta complexa com um grande número de atores locais e internacionais.

Desde então, mais de 270.000 pessoas morreram e milhões fugiram de suas casas, provocando, por extensão, uma crise migratória na União Europeia.

A guerra permitiu a ascensão e estabelecimento de grupos como o Estado islâmico e a Frente al-Nusra, a subsidiária local da al-Qaeda, excluídos da trégua em vigor

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France Presse/Foto: Mohamed Azakir/Reuters

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