76 anos depois, nem Hawking consegue explicar o mistério da sua longevidade
Desafiando a ciência e as previsões que lhe davam apenas dois anos de vida quando, aos 21 anos, foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, Stephen Hawking, o físico e cosmólogo britânico, fez na segunda-feira, 8 de Janeiro, 76 anos de idade.
A longevidade de Hawking é extraordinária entre pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que causa a morte das células nervosas que controlam os movimentos musculares voluntários, nomeadamente os que envolvem a mastigação, o andar, o falar e o respirar.
Hawking foi diagnosticado com ELA quando tinha apenas 21 anos de idade e, na altura, deram-lhe apenas dois anos de vida. Contra todas as previsões, o físico atingiu a 8 de Janeiro de 2018 uns respeitosos 76 anos.
Em 1985, quando ficou doente com uma pneumonia, Hawking foi colocado em coma induzido e os médicos aconselharam a família a desligar as máquinas que o mantinham vivo. Mas a mulher, Jane, recusou-se a fazê-lo, como o próprio Hawking conta no documentário autobiográfico lançado em 2013.
“Ela recusou e fez questão que eu fosse transferido para Cambridge”, conta o cosmólogo britânico, confessando que os dias que se seguiram foram os piores da sua vida.
Foi, nessa altura, que “ganhou” a sua famosa voz gerada por computador, depois de ter sido forçado a realizar uma traqueotomia – um procedimento que implica fazer uma abertura no pescoço para permitir a passagem de oxigénio, sem o uso do nariz ou da boca.
Um ano depois desta operação, teve acesso ao programa de computador “Equalizer”, criado por Walter Woltosz para ajudar a sua sogra, que também sofria de ELA, a comunicar.
Hawking foi perdendo, gradualmente, o controlo motor sobre o seu corpo e vive agarrado a uma cadeira de rodas há décadas. Mas o seu intelecto fervilha continuamente e é, hoje em dia, um dos cientistas e das figuras públicas mais respeitadas do mundo, especialmente no campo da cosmologia.
Já escreveu vários livros, alguns dos quais são sucessos de vendas, comparece regularmente em conferências, em documentários e em programas de televisão, além de redigir trabalhos científicos. E ainda tem tempo para fazer livros infantis em parceria com a filha Lucy.
O peso da genética
O segredo para esta extraordinária longevidade de Hawking é um mistério que nem o próprio físico, conhecido como um cientista genial, consegue explicar. O facto de ter sido diagnosticado na juventude pode ajudar a explicá-la, já que a maioria dos pacientes de ELA só são diagnosticados já depois dos 50 anos, começando os tratamentos tardiamente.
“A progressão da doença varia dependendo da pessoa”, explica o Live Science, notando que a esperança média de vida de pacientes de ELA é de cerca de três anos. “Cerca de 20% das pessoas vivem cinco anos após os seus diagnósticos, 10% vivem 10 anos e 5% vivem 20 anos ou mais”, de acordo com dados da Associação de ELA norte-americana citados pela mesma publicação.
A genética pode ser um factor fundamental neste processo, já que “há mais de 20 genes diferentes envolvidos na ELA”, como nota no Live Science o director do Centro Neuromuscular do Instituto Northwell de Neurociência da Saúde, em Nova Iorque, nos EUA, Anthony Geraci.
“A ELA carrega, provavelmente, 20 ou mais doenças diferentes quando se consideram os seus fundamentos genéticos”, conclui Geraci.
Jampa Web Jornal
Fonte:zap/SV/Foto:dr.codyerekson/Flickr/Redação-JWJ
A longevidade de Hawking é extraordinária entre pacientes de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que causa a morte das células nervosas que controlam os movimentos musculares voluntários, nomeadamente os que envolvem a mastigação, o andar, o falar e o respirar.
Hawking foi diagnosticado com ELA quando tinha apenas 21 anos de idade e, na altura, deram-lhe apenas dois anos de vida. Contra todas as previsões, o físico atingiu a 8 de Janeiro de 2018 uns respeitosos 76 anos.
Em 1985, quando ficou doente com uma pneumonia, Hawking foi colocado em coma induzido e os médicos aconselharam a família a desligar as máquinas que o mantinham vivo. Mas a mulher, Jane, recusou-se a fazê-lo, como o próprio Hawking conta no documentário autobiográfico lançado em 2013.
“Ela recusou e fez questão que eu fosse transferido para Cambridge”, conta o cosmólogo britânico, confessando que os dias que se seguiram foram os piores da sua vida.
Foi, nessa altura, que “ganhou” a sua famosa voz gerada por computador, depois de ter sido forçado a realizar uma traqueotomia – um procedimento que implica fazer uma abertura no pescoço para permitir a passagem de oxigénio, sem o uso do nariz ou da boca.
Um ano depois desta operação, teve acesso ao programa de computador “Equalizer”, criado por Walter Woltosz para ajudar a sua sogra, que também sofria de ELA, a comunicar.
Hawking foi perdendo, gradualmente, o controlo motor sobre o seu corpo e vive agarrado a uma cadeira de rodas há décadas. Mas o seu intelecto fervilha continuamente e é, hoje em dia, um dos cientistas e das figuras públicas mais respeitadas do mundo, especialmente no campo da cosmologia.
Já escreveu vários livros, alguns dos quais são sucessos de vendas, comparece regularmente em conferências, em documentários e em programas de televisão, além de redigir trabalhos científicos. E ainda tem tempo para fazer livros infantis em parceria com a filha Lucy.
O peso da genética
O segredo para esta extraordinária longevidade de Hawking é um mistério que nem o próprio físico, conhecido como um cientista genial, consegue explicar. O facto de ter sido diagnosticado na juventude pode ajudar a explicá-la, já que a maioria dos pacientes de ELA só são diagnosticados já depois dos 50 anos, começando os tratamentos tardiamente.
“A progressão da doença varia dependendo da pessoa”, explica o Live Science, notando que a esperança média de vida de pacientes de ELA é de cerca de três anos. “Cerca de 20% das pessoas vivem cinco anos após os seus diagnósticos, 10% vivem 10 anos e 5% vivem 20 anos ou mais”, de acordo com dados da Associação de ELA norte-americana citados pela mesma publicação.
A genética pode ser um factor fundamental neste processo, já que “há mais de 20 genes diferentes envolvidos na ELA”, como nota no Live Science o director do Centro Neuromuscular do Instituto Northwell de Neurociência da Saúde, em Nova Iorque, nos EUA, Anthony Geraci.
“A ELA carrega, provavelmente, 20 ou mais doenças diferentes quando se consideram os seus fundamentos genéticos”, conclui Geraci.
Fonte:zap/SV/Foto:dr.codyerekson/Flickr/Redação-JWJ
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