LULA PERSEGUIDO: Ex-presidente Lula lança livro para denunciar 'perseguição judicial'
Não houve restrição de assunto nas conversas com o presidente
Parte significativa do livro traça um panorama do atual momento político enfrentado pelo ex-presidente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, na sexta-feira, a obra A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenaram (Editora Boitempo, R$ 15, 216 páginas), baseada em sessões de entrevistas concedidas pelo petista aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à editora da Boitempo Ivana Jenkings. O material divulgado à imprensa relaciona como assuntos da publicação o ponto de vista dele sobre a política praticada no Brasil em anos recentes e as razões pelas quais o Partido dos Trabalhadores, do qual é fundador e ex-presidente, foi apeado da presidência após quatro vitórias sucessivas e gestões com aprovação pública recorde.
De acordo com a Boitempo, não houve restrição de assunto nas conversas com o presidente, travadas por horas em três encontros, nos dias 7, 15 e 28 de fevereiro. As datas sucedem a condenação do petista por corrupção passiva e a ampliação da pena, para 12 anos e um mês, por força do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O anúncio e o lançamento ocorrem às vésperas do posicionamento do TRF-4 sobre os embargos de declaração impetrados pela defesa do ex-presidente contra a decisão dos três desembargadores e em meio a uma pressão de forças progressistas para o Supremo Tribunal Federal rever a jurisprudência e colocar em pauta o direito do réu de permanecer em liberdade até serem esgotados os recursos na Justiça.
Parte significativa do livro - em torno de 120 páginas, segundo a editora - traça um panorama do atual momento político enfrentado pelo ex-presidente, nascido no então distrito de Caetés, em Pernambuco, migrante nordestino em São Paulo, fundador do PT e, depois, eleito presidente da República, com popularidade acima dos 80% ao deixar o cargo. Ele também faz análises da conjuntura, das perspectivas para as eleições de 2018 e dos rumos possíveis ao país. A obra contém textos assinados pelos escritores Eric Nepomuceno e Luis Fernando Veríssimo e pelo advogado Rafael Valim, alvo recente de uma das investidas da operação Lava-Jato. O jornalista Camilo Vanucchi e o historiador Luis Felipe de Castro colaboram com informações biográficas sobre o ele. Fotos antigas e atuais, do tempo de sindicato às caravanas pelo Brasil após a queda de Dilma, ilustram o livro.
A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenam ecoa uma série de narrativas desenvolvida recentemente em contraponto à versão oficial defendida pela Justiça de enquadrar o ex-presidente como criminoso e responsável pelo esquema de corrupção em empresas públicas através do conluio com empreiteiras. Lula, partidários, parte representativa da sociedade civil - metade dos entrevistados da pesquisa da CNT/MDA divulgada nesta semana consideram injusta a condenação - e personalidades internacionais enxergam perseguição judicial na sucessão de decisões desfavoráveis ao petista. O ex-presidente tem atribuído o revés à insatisfação das elites brasileiras com a ascensão social dos mais pobres e o consequente redesenho das camadas de cidadania no Brasil, fenômenos provocados pelas gestões petistas - instituições estrangeiras atestam a saída de mais de 30 milhões de pessoas da linha da pobreza e a extinção da fome durante os anos do PT no poder.
Tanto a tese da fragilidade judicial quanto a da justificativa empregada para condenar Lula são endossadas por publicações recentes. Em A elite do atraso: Da escravidão à Lava-Jato, o sociólogo e ex-presidente do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) na gestão Dilma Rousseff, Jessé Souza, aponta viés tendencioso e anti-povo da operação ao enxergá-la como produto da associação entre a mídia e a Justiça, guiadas pelos interesses de uma elite brasileira forjada na rejeição às classes populares (os antigos escravos). Lançado em 2017, o livro Comentários a uma sentença anunciada, coletânea com artigos de juristas renomados, desmonta a decisão do juiz federal Sérgio Moro de condenar o ex-presidente ao apontar ausência de provas e equívocos, segundo eles, cometidos no processo.
O lançamento do livro de Lula ocorrerá em ato público com a presença do petista, em São Paulo, e deve se transformar em mais um evento de resistência do campo político na órbita do ex-presidente à mensagem interposta pelas decisões judiciais. O livro está em pré-venda no site da Boitempo.
Jampa Web Jornal
Fonte:Diário de Pernambuco/Foto: Ricardo Stuckert e Boitempo/Divulgação/Redação/Jorge Correia
Parte significativa do livro traça um panorama do atual momento político enfrentado pelo ex-presidente.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, na sexta-feira, a obra A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenaram (Editora Boitempo, R$ 15, 216 páginas), baseada em sessões de entrevistas concedidas pelo petista aos jornalistas Juca Kfouri e Maria Inês Nassif, ao professor de relações internacionais Gilberto Maringoni e à editora da Boitempo Ivana Jenkings. O material divulgado à imprensa relaciona como assuntos da publicação o ponto de vista dele sobre a política praticada no Brasil em anos recentes e as razões pelas quais o Partido dos Trabalhadores, do qual é fundador e ex-presidente, foi apeado da presidência após quatro vitórias sucessivas e gestões com aprovação pública recorde.
De acordo com a Boitempo, não houve restrição de assunto nas conversas com o presidente, travadas por horas em três encontros, nos dias 7, 15 e 28 de fevereiro. As datas sucedem a condenação do petista por corrupção passiva e a ampliação da pena, para 12 anos e um mês, por força do julgamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O anúncio e o lançamento ocorrem às vésperas do posicionamento do TRF-4 sobre os embargos de declaração impetrados pela defesa do ex-presidente contra a decisão dos três desembargadores e em meio a uma pressão de forças progressistas para o Supremo Tribunal Federal rever a jurisprudência e colocar em pauta o direito do réu de permanecer em liberdade até serem esgotados os recursos na Justiça.
Parte significativa do livro - em torno de 120 páginas, segundo a editora - traça um panorama do atual momento político enfrentado pelo ex-presidente, nascido no então distrito de Caetés, em Pernambuco, migrante nordestino em São Paulo, fundador do PT e, depois, eleito presidente da República, com popularidade acima dos 80% ao deixar o cargo. Ele também faz análises da conjuntura, das perspectivas para as eleições de 2018 e dos rumos possíveis ao país. A obra contém textos assinados pelos escritores Eric Nepomuceno e Luis Fernando Veríssimo e pelo advogado Rafael Valim, alvo recente de uma das investidas da operação Lava-Jato. O jornalista Camilo Vanucchi e o historiador Luis Felipe de Castro colaboram com informações biográficas sobre o ele. Fotos antigas e atuais, do tempo de sindicato às caravanas pelo Brasil após a queda de Dilma, ilustram o livro.
A verdade vencerá: O povo sabe por que me condenam ecoa uma série de narrativas desenvolvida recentemente em contraponto à versão oficial defendida pela Justiça de enquadrar o ex-presidente como criminoso e responsável pelo esquema de corrupção em empresas públicas através do conluio com empreiteiras. Lula, partidários, parte representativa da sociedade civil - metade dos entrevistados da pesquisa da CNT/MDA divulgada nesta semana consideram injusta a condenação - e personalidades internacionais enxergam perseguição judicial na sucessão de decisões desfavoráveis ao petista. O ex-presidente tem atribuído o revés à insatisfação das elites brasileiras com a ascensão social dos mais pobres e o consequente redesenho das camadas de cidadania no Brasil, fenômenos provocados pelas gestões petistas - instituições estrangeiras atestam a saída de mais de 30 milhões de pessoas da linha da pobreza e a extinção da fome durante os anos do PT no poder.
Tanto a tese da fragilidade judicial quanto a da justificativa empregada para condenar Lula são endossadas por publicações recentes. Em A elite do atraso: Da escravidão à Lava-Jato, o sociólogo e ex-presidente do Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) na gestão Dilma Rousseff, Jessé Souza, aponta viés tendencioso e anti-povo da operação ao enxergá-la como produto da associação entre a mídia e a Justiça, guiadas pelos interesses de uma elite brasileira forjada na rejeição às classes populares (os antigos escravos). Lançado em 2017, o livro Comentários a uma sentença anunciada, coletânea com artigos de juristas renomados, desmonta a decisão do juiz federal Sérgio Moro de condenar o ex-presidente ao apontar ausência de provas e equívocos, segundo eles, cometidos no processo.
O lançamento do livro de Lula ocorrerá em ato público com a presença do petista, em São Paulo, e deve se transformar em mais um evento de resistência do campo político na órbita do ex-presidente à mensagem interposta pelas decisões judiciais. O livro está em pré-venda no site da Boitempo.
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Fonte:Diário de Pernambuco/Foto: Ricardo Stuckert e Boitempo/Divulgação/Redação/Jorge Correia
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