HIV-AIDS: Rede municipal de saúde da cidade de Santos-SP, começou a distribuir pílula anti-HIV

Cerca de 200 pessoas que pertencem a grupos de vulnerabilidade irão receber o medicamento.

cidade de Santos, no litoral de São Paulo, vai começar a receber as pílulas do medicamento Truvada, que previne a infecção pelo vírus HIV antes da relação sexual. Cerca de 200 pessoas que pertencem a grupos de vulnerabilidade irão receber o medicamento e terão acompanhamento médico da Secretaria Municipal de Saúde.

A medicação é fruto da combinação das substâncias Tenofovir e Entricitabina. Ela impede a transcrição do material genético do vírus HIV, evitando que se instale nas células do corpo. Santos foi incluída pelo Ministério da Saúde (MS) no rol dos 35 centros que inicialmente irão dispor da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

De acordo com a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Ana Paula Valeiras, a medicação será ofertada a gays e homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e para pessoas que são sorodiscordantes de seus parceiros (parceria heterossexual ou homossexual na qual uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não).

“As pessoas estão sendo selecionadas. Fazem o atendimento para ter uma abordagem de como é a estratégia, de como tomar o medicamento, e têm que fazer o teste de HIV e sífilis todo mês. A pessoa terá um monitoramento e acompanhamento”, explica ela.

Segundo Ana Paula, os 11 pacientes cadastrados para receberem o medicamento já são atendidos pelo Centro de Testagem e Aconselhamento de Santos. O Ministério da Saúde enviará um lote destinado a 200 pessoas, ou seja, ainda há vagas para quem quiser receber a medicação, desde que se enquadre no perfil solicitado. Os interessados devem comparecer ao CTA, que fica na Rua Silva Jardim, 94, em Santos. O horário de atendimento é de segunda a quinta-feira, a partir das 11h30.

A PrEP não substitui o uso de preservativos, porque não previne outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, hepatite B, hepatite C, gonorreia e clamídia. Para fazer efeito, a PrEP deve ser iniciada sete dias antes da exposição a relações anais e aproximadamente 20 dias antes das relações vaginais. “É uma estratégia combinada, continuamos falando sobre o uso de camisinhas. Não podemos esquecer que outras doenças são transmitidas com o sexo. Esse medicamento e só para o HIV”, ressalta.

O medicamento já foi aplicado em outros países. No Brasil, a adoção da estratégia já vinha sendo analisada por meio de cinco estudos financiados pelo Ministério da Saúde, realizados por instituições como a Faculdade de Medicina da USP e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os pacientes que receberão o medicamento em Santos contribuirão para a pesquisa.

“A Fiocruz faz o controle da distribuição desse medicamento. Eles querem medir a eficácia. Toda vez que há um medicamento novo, sempre tem um grupo prioritário para começar o tratamento. Depois, é disponibilizado para todos os pacientes”, conclui.

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Fonte:G1/Foto: Secretaria Estadual da Saúde/Divulgação/Redação/Jorge Correia