ELEIÇÕES 2018: No debate da Globo foi selada a aliança entre Haddad, Ciro e Boulos
O debate entre candidatos a presidente na Globo dificilmente terá o condão de alterar a preferência dos eleitores na reta final da campanha; mas ele foi palco de um notável fato político: ao longo do debate foi selada, publicamente, a aliança entre Haddad, Ciro e Boulos para o segundo turno; a esquerda marchará unida no segundo turno, com o PSB juntando-se à coligação PT, PC do B, PDT e PSOL
Por Mauro Lopes, editor do 247 - O debate entre candidatos a presidente na Globo que, iniciado pouco depois das 22h desta quinta-feira, encerrou-se no início da madrugada de hoje (5), a dois dias da votação, dificilmente terá o condão de alterar a preferência dos eleitores na reta final da campanha. O que houve de notável foi um fato político: ao longo do debate foi selada, publicamente, a aliança entre Haddad, Ciro e Boulos para o segundo turno. A esquerda marchará unida.
Houve quem apostasse que Ciro Gomes, numa última oportunidade quase desesperada para se viabilizar, partisse para cima de Haddad com agressividade. Não foi o que aconteceu. Apesar de pontuar diferenças com o PT e buscasse seu espaço próprio, o candidato do PDT foi cortês e até fraternal com o candidato do PT, que manteve o tom amável todo o tempo.
Na hora decisiva, Ciro não foi um incendiário de pontes. Caminha para repetir o papel essencial de Brizola em 1989, no segundo turno da eleição de Lula contra Collor -oxalá com um desfecho distinto.
Boulos e Haddad atuaram como velhos camaradas. E protagonizarm um momento antológico nos debates eleitorais, em que impera a lógica da confrontação ou das "escadas" arranjadas com base em toma-lá dá-cá. Conseguiram um momento de diálogo verdadeiro, sincero, emocionado.
Quando Boulos, ao responder a Haddad sobre os riscos de eleição de um candidato autoritário, fez memória da luta contra a ditadura. "Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu e foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Meu sogro me contou as torturas que sofreu. Se você vai poder votar é porque teve quem deu a vida por isso", disse Boulos, emocionado.
No tempo destinado à "réplica", Haddad seguiu na trilha do candidato do PSOL e disse que o país corre sérios riscos, acrescentando: "Se foi possível gerar 20 milhões de empregos, se foi possível fazer o filho do pedreiro virar doutor é porque temos no Brasil a democracia. A liberdade é o que faz o povo ter direitos", disse.
Boulos encerrou o breve diálogo lembrando que, se as pessoas estão debatendo sobre política na TV, é porque "muita gente morreu" para que isso acontecesse. "Quando nasci o Brasil estava na ditadura. Não quero que minhas filhas cresçam na ditadura. Temos que dar um grito, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca", respondeu, sendo aplaudido por boa parte da plateia presente aos estúdios da Globo no Rio.
Ciro e Boulos foram igualmente fraternos ao longo de debate.
Foi assim, na frente de todos, sem reuniões a portas fechadas (que serão necessárias para ajustar detalhes do acordo) que foi selada a aliança da esquerda para o segundo turno das eleições de 2018.
Haddad (PT + PC do B), Ciro (PDT), Boulos (PSOL) e mais o PSB estarão juntos.
Jampa Web Jornal
Fonte:Brasil247/Jorge Correia/J.Alves
Por Mauro Lopes, editor do 247 - O debate entre candidatos a presidente na Globo que, iniciado pouco depois das 22h desta quinta-feira, encerrou-se no início da madrugada de hoje (5), a dois dias da votação, dificilmente terá o condão de alterar a preferência dos eleitores na reta final da campanha. O que houve de notável foi um fato político: ao longo do debate foi selada, publicamente, a aliança entre Haddad, Ciro e Boulos para o segundo turno. A esquerda marchará unida.
Houve quem apostasse que Ciro Gomes, numa última oportunidade quase desesperada para se viabilizar, partisse para cima de Haddad com agressividade. Não foi o que aconteceu. Apesar de pontuar diferenças com o PT e buscasse seu espaço próprio, o candidato do PDT foi cortês e até fraternal com o candidato do PT, que manteve o tom amável todo o tempo.
Na hora decisiva, Ciro não foi um incendiário de pontes. Caminha para repetir o papel essencial de Brizola em 1989, no segundo turno da eleição de Lula contra Collor -oxalá com um desfecho distinto.
Boulos e Haddad atuaram como velhos camaradas. E protagonizarm um momento antológico nos debates eleitorais, em que impera a lógica da confrontação ou das "escadas" arranjadas com base em toma-lá dá-cá. Conseguiram um momento de diálogo verdadeiro, sincero, emocionado.
Quando Boulos, ao responder a Haddad sobre os riscos de eleição de um candidato autoritário, fez memória da luta contra a ditadura. "Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu e foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Meu sogro me contou as torturas que sofreu. Se você vai poder votar é porque teve quem deu a vida por isso", disse Boulos, emocionado.
No tempo destinado à "réplica", Haddad seguiu na trilha do candidato do PSOL e disse que o país corre sérios riscos, acrescentando: "Se foi possível gerar 20 milhões de empregos, se foi possível fazer o filho do pedreiro virar doutor é porque temos no Brasil a democracia. A liberdade é o que faz o povo ter direitos", disse.
Boulos encerrou o breve diálogo lembrando que, se as pessoas estão debatendo sobre política na TV, é porque "muita gente morreu" para que isso acontecesse. "Quando nasci o Brasil estava na ditadura. Não quero que minhas filhas cresçam na ditadura. Temos que dar um grito, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca", respondeu, sendo aplaudido por boa parte da plateia presente aos estúdios da Globo no Rio.
Ciro e Boulos foram igualmente fraternos ao longo de debate.
Foi assim, na frente de todos, sem reuniões a portas fechadas (que serão necessárias para ajustar detalhes do acordo) que foi selada a aliança da esquerda para o segundo turno das eleições de 2018.
Haddad (PT + PC do B), Ciro (PDT), Boulos (PSOL) e mais o PSB estarão juntos.
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Fonte:Brasil247/Jorge Correia/J.Alves
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