ELEIÇÕES 2018: O nordeste diz #EleNão
Haddad teve menos votos na região do que Lula e Dilma em eleições passadas. Baralli, o "criativo", enveredou pelo senso comum.
O publicitário José Boralli mora em São Paulo. No domingo 7, o estado elegeu ou reelegeu para o Congresso o palhaço Tiririca, o ex-ator pornô Alexandre Frota, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o youtuber Arthur do Val, conhecido pelo bordão “Mamãe Falei”, a jornalista acusada de plágio Joice Hasselmann e a policial Katia Sastre, cuja única ação conhecida foi matar um assaltante na porta de uma escola quando estava a paisana.
Apesar desse quadro desolador em terras bandeirantes, Boralli achou divertido e inteligente apontar para os velhos bodes expiatórios. “Nordeste vota em peso no PT, depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego!”, escreveu em uma das redes sociais.
Para quem exerce a profissão de publicitário, Boralli cometeu um pecado mortal, a falta de criatividade. Ele não foi o primeiro nem o mais espirituoso, muito menos o último “sudestino” a reavivar o preconceito a cada eleição.
Faltou-lhe ainda uma dose de simancol, razão pela qual a sua mensagem na internet se tornou notícia. Boralli trabalha na agência Africa, fundada pelo baiano Nizan Guanaes, nordestino que veio procurar emprego no Sul do País. Acabaria afastado temporariamente de suas funções, mas se juntaria a uma multidão a chafurdar no senso comum.
Nas horas posteriores ao resultado que confirmou o segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, os ataques de sempre inundaram as redes sociais. Bolsonaristas saíram às ruas para distribuir feno aos eleitores do Nordeste, imitação de um gesto do próprio candidato registrado em vídeo em abril passado.
Um jogo eletrônico cujo objetivo é bater em gays, negros, militantes do PT, cearenses e afins fez bastante sucesso, embora alguns usuários tenham reclamado da ausência de outras minorias para socar. “É preciso incluir os índios”, sugeriram.
Enquanto os eleitores do Sudeste exibiam, com os comportamentos relatados acima, a sua superioridade moral e intelectual, os nordestinos encaravam os resultados do domingo de outra maneira.
O clima, mais uma vez, era de dever cumprido, como se coubesse à região a eterna missão de salvar o Brasil dos seus próprios delírios. "No Nordeste e nas periferias das cidades estão os eleitores com memória crítica. Ao contrário do que acham alguns, o nordestino lembra o que era a região antes de Lula, lembra da mudança no padrão de vida”, analisa Regina Sousa, negra, eleita em primeiro turno vice-governadora do Piauí na chapa de Wellington Dias, de origem indígena.
“A elite brasileira também lembra e os indicadores estão aí, mas ela não quer que o pobre melhore, não se importa com o aprofundamento das desigualdades. Os ricos querem o Brasil para eles, nós queremos o Brasil para todos. Essa é a grande diferença.”
Devem-se a esta memória (ou a seu esquecimento) as diferenças no mapa eleitoral e suas consequências. O Sul e o Sudeste de Boralli decidiram substituir o reacionarismo de casaca do PSDB pela truculência explícita do PSL de Bolsonaro na esperança de impor uma derrota inquestionável ao lulismo e ao petismo.
O Nordeste, em contraponto, puniu o golpe, o entourage de Michel Temer e os parlamentares que aprovaram as reformas, além de redobrar a aposta no chamado campo progressista. Cinco dos seis governadores reeleitos no primeiro turno pertencem ao PT, PCdoB e PSB.
Em Alagoas, venceu o emedebista Renan Filho, um aliado de primeira hora dos petistas. Nos outros três estados onde haverá segundo turno, os favoritos pertencem a estas legendas ou ao PDT de Ciro Gomes. Como nunca antes, o Nordeste firmou-se como um bunker contra o avanço da extrema-direita.
No Piauí, estado no qual Fernando Haddad atingiu 63% dos votos, o mais alto percentual na região, Dias e a militância rezaram o Pai-Nosso em comemoração a mais uma reeleição conquistada com 55% da preferência local.
Os triunfos do petista fazem com que alguns se refiram a ele, em tom bem-humorado, como o presidente do estado, por muitos anos o mais pobre da federação e atualmente destaque na geração de energias renováveis, expansão do ensino público e melhora dos índices de desenvolvimento humano.
Dias expressa o sincretismo que tem faltado à política tradicional e ao próprio campo progressista. O governador é católico, sua mulher, Rejane Dias, eleita deputada federal, evangélica. Esse amálgama, em certa medida, representa no estado um contraponto às igrejas neopentecostais, alinhadas a Bolsonaro. Luana Silveira, de Teresina, eleitora do PT, descreve a pressão.
"Boa parte dos evangélicos segue a orientação dos seus líderes por medo e desinformação. Eles amedrontam os fiéis, como se desobedecessem a Deus. Fui da Universal por 15 anos, e me afastei por conta do voto do bispo Marcelo Crivella a favor do golpe”, recorda.
“A poucos dias fui em reunião em que o pastor usou o altar para pedir votos, entregando um envelope cheio de santinhos. 'Os cristãos não são 100% Bolsonaro, mas são 100% contra a volta do PT'. Não demorou para virar um slogan.
Logo depois meu filho recebeu de uma obreira da Universal vídeos sobre o kit gay, falando que Haddad fecharia igrejas. Há obreiros indignados, que não aceitam a decisão da igreja, sabem o que Lula fez pelo povo, e há pastores petistas, mas eles não podem se manifestar.”
No candomblé, de maioria negra, essas amarras não existem. Em Tabuleiro, bairro pobre de Maceió, Mãe Vera transformou o terreiro em um comitê “Lula Livre” e engajou-se de corpo e alma na campanha.
“Tive o prazer de abraçar o Lula, um homem sábio que sabe receber os humildes. Por isso falei para o Haddad que ele precisa ser a continuação de Lula, especialmente em bairros como o meu. Aqui a comunidade é muito carente, só temos uma creche. Queremos ver o ex-presidente pelas ruas, no meio do povo, que é o lugar dele."
É o mesmo desejo de Maria da Conceição, de Salvador: “O indulto é uma necessidade e um direito diante de juízes que agem por perseguição. Os sentimentos de gratidão e justiça se misturam nessa hora quando lembramos de Lula”.
A crise fiscal e econômica dos últimos quatro anos provocou retrocessos na região. A miséria voltou a níveis alarmantes, a violência alastrou-se como um rastilho de pólvora e os empregos, a exemplo do resto do Brasil, minguaram.
Em vez de produzir uma indignação raivosa e descontrolada como no Centro-Sul, a conjuntura levou a outra opção, o apoio a quem promete defender os direitos dos mais pobres. Isso explica os índices de reeleição dos governadores.
Flávio Dino, do PCdoB, obteve 59,29% dos votos, vitória que parece enterrar definitivamente a oligarquia dos Sarney, donos do Maranhão por mais de 40 anos. No Ceará, o petista Camilo Santana, parceiro dos irmãos Ciro e Cid Gomes, alcançou 79,96%. Na Bahia, outro petista, Rui Costa, foi escolhido por 75,5% dos eleitores.
Paulo Câmara, do PSB, acabou reeleito com 50,07%, enquanto na Paraíba, seu colega de partido, João Azevedo, alcançou 58,8%, na esteira da alta popularidade do governador Ricardo Coutinho.
A contramaré no Nordeste ainda excluiu da vida pública os mais destacados apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff: Sarney Filho, que foi ministro de Temer, os tucanos Cássio Cunha Lima e Rogério Marinho, relator da reforma trabalhista, e os emedebistas Garibaldi Alves e Eunício Oliveira, atual presidente do Senado.
Ainda assim, a vantagem petista de eleições passadas não se repetiu no plano nacional. Em sua primeira entrevista ao Jornal Nacional, na segunda-feira 8, Jair Bolsonaro agradeceu os votos no Nordeste, segundo ele um “percentual nunca alcançado na região por um adversário do PT”.
O fenômeno bolsonarista manifestou-se principalmente nas capitais nordestinas, expostas de forma mais intensa ao aumento da violência e à crise econômica. O deputado foi o mais votado em Natal, João Pessoa, Recife, Maceió e Aracaju.
"Eu sigo as ordens de meu líder Jair. Acredito na gestão militar na escola e entendo que a ideologia de gênero é uma afronta às nossas famílias", declarou nas redes sociais a deputada eleita pelo PSL baiano Professora Dayane Pimentel, que garante não utilizar as instituições de ensino nas quais trabalha para promover suas ideias de "ordem social".
Acuados por uma maioria “vermelha”, bolsonaristas do Nordeste têm recorrido à violência. Na madrugada da segunda em Salvador, um partidário do ex-capitão assassinou com 12 facadas Moa do Katende, mestre de capoeira nacionalmente conhecido por seu trabalho social.
Paulo Sergio Ferreira de Santana, de 36 anos, desferiu as facadas pelas costas e se escondeu em casa. No primeiro depoimento, admitiu a motivação política (o mestre de capoeira havia votado em Haddad). Na sequência, negou a primeira confissão e afirmou ter sido “ofendido” pela vítima.
A respeito do crime, Bolsonaro disse lamentar o episódio, mas declarou não controlar os seus apoiadores. Não só lavou as mãos, como se fez de vítima ao lembrar da facada em Juiz de Fora, Minas Gerais.
O ex-capitão sabe que a violência, verbal como a de Boralli, ou física como a de Santana, podem lhe ser muito úteis nas próximas semanas.
Jampa Web Jornal
Fonte:Carta Capital/Murilo Matias/JWJ/Jorge Correia/J.Alves
O publicitário José Boralli mora em São Paulo. No domingo 7, o estado elegeu ou reelegeu para o Congresso o palhaço Tiririca, o ex-ator pornô Alexandre Frota, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o youtuber Arthur do Val, conhecido pelo bordão “Mamãe Falei”, a jornalista acusada de plágio Joice Hasselmann e a policial Katia Sastre, cuja única ação conhecida foi matar um assaltante na porta de uma escola quando estava a paisana.
Apesar desse quadro desolador em terras bandeirantes, Boralli achou divertido e inteligente apontar para os velhos bodes expiatórios. “Nordeste vota em peso no PT, depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego!”, escreveu em uma das redes sociais.
Para quem exerce a profissão de publicitário, Boralli cometeu um pecado mortal, a falta de criatividade. Ele não foi o primeiro nem o mais espirituoso, muito menos o último “sudestino” a reavivar o preconceito a cada eleição.
Faltou-lhe ainda uma dose de simancol, razão pela qual a sua mensagem na internet se tornou notícia. Boralli trabalha na agência Africa, fundada pelo baiano Nizan Guanaes, nordestino que veio procurar emprego no Sul do País. Acabaria afastado temporariamente de suas funções, mas se juntaria a uma multidão a chafurdar no senso comum.
Nas horas posteriores ao resultado que confirmou o segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, os ataques de sempre inundaram as redes sociais. Bolsonaristas saíram às ruas para distribuir feno aos eleitores do Nordeste, imitação de um gesto do próprio candidato registrado em vídeo em abril passado.
Um jogo eletrônico cujo objetivo é bater em gays, negros, militantes do PT, cearenses e afins fez bastante sucesso, embora alguns usuários tenham reclamado da ausência de outras minorias para socar. “É preciso incluir os índios”, sugeriram.
Enquanto os eleitores do Sudeste exibiam, com os comportamentos relatados acima, a sua superioridade moral e intelectual, os nordestinos encaravam os resultados do domingo de outra maneira.
O clima, mais uma vez, era de dever cumprido, como se coubesse à região a eterna missão de salvar o Brasil dos seus próprios delírios. "No Nordeste e nas periferias das cidades estão os eleitores com memória crítica. Ao contrário do que acham alguns, o nordestino lembra o que era a região antes de Lula, lembra da mudança no padrão de vida”, analisa Regina Sousa, negra, eleita em primeiro turno vice-governadora do Piauí na chapa de Wellington Dias, de origem indígena.
“A elite brasileira também lembra e os indicadores estão aí, mas ela não quer que o pobre melhore, não se importa com o aprofundamento das desigualdades. Os ricos querem o Brasil para eles, nós queremos o Brasil para todos. Essa é a grande diferença.”
Devem-se a esta memória (ou a seu esquecimento) as diferenças no mapa eleitoral e suas consequências. O Sul e o Sudeste de Boralli decidiram substituir o reacionarismo de casaca do PSDB pela truculência explícita do PSL de Bolsonaro na esperança de impor uma derrota inquestionável ao lulismo e ao petismo.
O Nordeste, em contraponto, puniu o golpe, o entourage de Michel Temer e os parlamentares que aprovaram as reformas, além de redobrar a aposta no chamado campo progressista. Cinco dos seis governadores reeleitos no primeiro turno pertencem ao PT, PCdoB e PSB.
Em Alagoas, venceu o emedebista Renan Filho, um aliado de primeira hora dos petistas. Nos outros três estados onde haverá segundo turno, os favoritos pertencem a estas legendas ou ao PDT de Ciro Gomes. Como nunca antes, o Nordeste firmou-se como um bunker contra o avanço da extrema-direita.
No Piauí, estado no qual Fernando Haddad atingiu 63% dos votos, o mais alto percentual na região, Dias e a militância rezaram o Pai-Nosso em comemoração a mais uma reeleição conquistada com 55% da preferência local.
Os triunfos do petista fazem com que alguns se refiram a ele, em tom bem-humorado, como o presidente do estado, por muitos anos o mais pobre da federação e atualmente destaque na geração de energias renováveis, expansão do ensino público e melhora dos índices de desenvolvimento humano.
Dias expressa o sincretismo que tem faltado à política tradicional e ao próprio campo progressista. O governador é católico, sua mulher, Rejane Dias, eleita deputada federal, evangélica. Esse amálgama, em certa medida, representa no estado um contraponto às igrejas neopentecostais, alinhadas a Bolsonaro. Luana Silveira, de Teresina, eleitora do PT, descreve a pressão.
"Boa parte dos evangélicos segue a orientação dos seus líderes por medo e desinformação. Eles amedrontam os fiéis, como se desobedecessem a Deus. Fui da Universal por 15 anos, e me afastei por conta do voto do bispo Marcelo Crivella a favor do golpe”, recorda.
“A poucos dias fui em reunião em que o pastor usou o altar para pedir votos, entregando um envelope cheio de santinhos. 'Os cristãos não são 100% Bolsonaro, mas são 100% contra a volta do PT'. Não demorou para virar um slogan.
Logo depois meu filho recebeu de uma obreira da Universal vídeos sobre o kit gay, falando que Haddad fecharia igrejas. Há obreiros indignados, que não aceitam a decisão da igreja, sabem o que Lula fez pelo povo, e há pastores petistas, mas eles não podem se manifestar.”
No candomblé, de maioria negra, essas amarras não existem. Em Tabuleiro, bairro pobre de Maceió, Mãe Vera transformou o terreiro em um comitê “Lula Livre” e engajou-se de corpo e alma na campanha.
“Tive o prazer de abraçar o Lula, um homem sábio que sabe receber os humildes. Por isso falei para o Haddad que ele precisa ser a continuação de Lula, especialmente em bairros como o meu. Aqui a comunidade é muito carente, só temos uma creche. Queremos ver o ex-presidente pelas ruas, no meio do povo, que é o lugar dele."
É o mesmo desejo de Maria da Conceição, de Salvador: “O indulto é uma necessidade e um direito diante de juízes que agem por perseguição. Os sentimentos de gratidão e justiça se misturam nessa hora quando lembramos de Lula”.
A crise fiscal e econômica dos últimos quatro anos provocou retrocessos na região. A miséria voltou a níveis alarmantes, a violência alastrou-se como um rastilho de pólvora e os empregos, a exemplo do resto do Brasil, minguaram.
Em vez de produzir uma indignação raivosa e descontrolada como no Centro-Sul, a conjuntura levou a outra opção, o apoio a quem promete defender os direitos dos mais pobres. Isso explica os índices de reeleição dos governadores.
Flávio Dino, do PCdoB, obteve 59,29% dos votos, vitória que parece enterrar definitivamente a oligarquia dos Sarney, donos do Maranhão por mais de 40 anos. No Ceará, o petista Camilo Santana, parceiro dos irmãos Ciro e Cid Gomes, alcançou 79,96%. Na Bahia, outro petista, Rui Costa, foi escolhido por 75,5% dos eleitores.
Paulo Câmara, do PSB, acabou reeleito com 50,07%, enquanto na Paraíba, seu colega de partido, João Azevedo, alcançou 58,8%, na esteira da alta popularidade do governador Ricardo Coutinho.
A contramaré no Nordeste ainda excluiu da vida pública os mais destacados apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff: Sarney Filho, que foi ministro de Temer, os tucanos Cássio Cunha Lima e Rogério Marinho, relator da reforma trabalhista, e os emedebistas Garibaldi Alves e Eunício Oliveira, atual presidente do Senado.
Ainda assim, a vantagem petista de eleições passadas não se repetiu no plano nacional. Em sua primeira entrevista ao Jornal Nacional, na segunda-feira 8, Jair Bolsonaro agradeceu os votos no Nordeste, segundo ele um “percentual nunca alcançado na região por um adversário do PT”.
O fenômeno bolsonarista manifestou-se principalmente nas capitais nordestinas, expostas de forma mais intensa ao aumento da violência e à crise econômica. O deputado foi o mais votado em Natal, João Pessoa, Recife, Maceió e Aracaju.
"Eu sigo as ordens de meu líder Jair. Acredito na gestão militar na escola e entendo que a ideologia de gênero é uma afronta às nossas famílias", declarou nas redes sociais a deputada eleita pelo PSL baiano Professora Dayane Pimentel, que garante não utilizar as instituições de ensino nas quais trabalha para promover suas ideias de "ordem social".
Acuados por uma maioria “vermelha”, bolsonaristas do Nordeste têm recorrido à violência. Na madrugada da segunda em Salvador, um partidário do ex-capitão assassinou com 12 facadas Moa do Katende, mestre de capoeira nacionalmente conhecido por seu trabalho social.
Paulo Sergio Ferreira de Santana, de 36 anos, desferiu as facadas pelas costas e se escondeu em casa. No primeiro depoimento, admitiu a motivação política (o mestre de capoeira havia votado em Haddad). Na sequência, negou a primeira confissão e afirmou ter sido “ofendido” pela vítima.
A respeito do crime, Bolsonaro disse lamentar o episódio, mas declarou não controlar os seus apoiadores. Não só lavou as mãos, como se fez de vítima ao lembrar da facada em Juiz de Fora, Minas Gerais.
O ex-capitão sabe que a violência, verbal como a de Boralli, ou física como a de Santana, podem lhe ser muito úteis nas próximas semanas.
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