Guerra e pobreza privam 21 milhões de crianças da educação no Oriente Médio
NOVA YORK (Thomson Reuters Foundation) - O agravamento de conflitos, a pobreza e a discriminação de gênero no Oriente Médio e no Norte da África deixam 21 milhões de crianças e jovens fora da escola, disseram duas agências da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.
Uma em cada quatro crianças não está na escola ou corre risco de abandonar a escola numa região que já obteve um progresso significativo nas taxas de frequência, de acordo com um relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Instituto de Estatística da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"Em um momento de tal mudança e tumulto, essa região simplesmente não pode permitir que 21 milhões de crianças caiam no esquecimento", disse a diretora regional do Unicef no Oriente Médio e Norte da África, Maria Calivis.
A região tem registrado uma queda de 40 por cento na última década no número de crianças fora da escola.
Porém, mais de 12 milhões de crianças e adolescentes não frequentam a escola, com um adicional de 6 milhões em risco de abandonar, disse o relatório.
Outras 3 milhões de crianças estão fora da escola na Síria e no Iraque, onde o conflito destruiu grandes partes do sistema de ensino, mostraram dados do relatório.
GUERRA E DISCRIMINAÇÃO
A organização Save the Children disse no mês passado que um quarto dos edifícios escolares na Síria foram destruídos pela guerra, e muitos pais estão com medo de mandar seus filhos para a escola.
O relatório da ONU afirmou que o agravamento da violência na Síria e no Iraque agora ameaça milhões de crianças a mais de se tornar uma "geração perdida" sem educação.
Em toda a região, o casamento infantil, assim como a falta de professores do sexo feminino e atitudes sociais profundamente enraizadas estão reduzindo drasticamente as chances de meninas conseguirem acesso à educação.
O relatório, que faz parte da Iniciativa Crianças Fora da Escola no Oriente Médio e Norte da África, uma parceira entre as duas agências da ONU, instou os governos a aumentar os esforços e elaborar novas políticas para combater o abandono escolar precoce e a discriminação de gênero na educação, entre outras coisas.
"Precisamos de intervenções orientadas para alcançar as famílias deslocadas pelo conflito, as meninas forçadas a ficar em casa e as crianças obrigadas a trabalhar", disse a diretora do Instituto de Estatística da Unesco, Silvia Montoya.
Jampa Web Jornal
Reuters/Maria Caspani/Foto: Crianças durante aula em escola síria Jarmaq
Nenhum comentário
AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Portal Jampa Web Jornal. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes, ou que violem direitos de terceiros. O site Jampa Web Jornal poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso, ou que estejam fora do tema da matéria publicada.