Como corruptos podem julgar alguém por corrupção?
Como corruptos podem julgar alguém por corrupção? É uma inversão total de valores, mas isso está acontecendo agora no Brasil, com o apoio da mídia e de setores da sociedade.
O Congresso nacional se reveste com defesas institucionais e históricas para mascarar que muitos de seus parlamentares têm, como se diz no popular, “rabo preso com a justiça”; por isso existe um constante resgate da história da Câmara em processos políticos importantes de outrora.
Mas sempre é bom perguntar: teria hoje a Câmara dos Deputados alguém com a capacidade de Ulysses Guimarães? Não, não teria. Mas não é apenas isso. O parlamento brasileiro está sequestrado por setores conservadores que não observam senão os seus interesses e, por vício, ignoram a coletividade.
A Câmara hoje é presidida por Eduardo Cunha, um dos políticos mais corruptos da história do país, que continua desafiando a justiça e manobrando duplamente: contra o seu processo de cassação no Conselho de Ética, que anda a passos de tartaruga, e, mais velozmente, a favor do afastamento da presidenta Dilma.
Além disso, mais da metade dos deputados da Comissão Especial de Impeachment tem pendências jurídicas, inclusive nas mais altas instâncias da justiça brasileira: alguns deles são réus em processos no Supremo Tribunal Federal (STF).
O que está acontecendo hoje no Brasil é muito claro: corruptos se acham no direito de julgar a presidenta da República por um crime de responsabilidade que ela não cometeu; é uma inversão total de valores, corroborada por uma elite perversa e uma mídia partidária.
Não se pode combater a corrupção com a própria corrupção. O que nascerá de um impeachment cuja motivação é frágil e de interesse de setores conservadores da sociedade, muitos deles reconhecidos sonegadores e corruptos? Qual o real interesse por trás do afastamento da presidenta da República?
Num país onde Eduardo Cunha é presidente da Câmara dos Deputados e almeja ser presidente da República, com a chancela de Gilmar Mendes, toda excrescência é vista com naturalidade. Um dia, quando os livros de história registrarem este momento do Brasil, tomara que não se esqueçam de fornecer estes detalhes que são muitas vezes suprimidos das narrativas escolares.
Está translúcido: corruptos querem afastar uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Será para sufocar a Lava Jato? Para acabar com os programas sociais que, segundo os neoliberais, consomem boa parte do orçamento? Será para salvar parte da velha mídia que cai aos pedaços? Ou será um desejo dissimulado de trazer de volta um Brasil do passado que os brasileiros e a democracia não querem?
Jampa Web Jornal
Fonte: Mailson Ramos/Nossa política/ Foto: Antonio Cruz/ABr
O Congresso nacional se reveste com defesas institucionais e históricas para mascarar que muitos de seus parlamentares têm, como se diz no popular, “rabo preso com a justiça”; por isso existe um constante resgate da história da Câmara em processos políticos importantes de outrora.
Mas sempre é bom perguntar: teria hoje a Câmara dos Deputados alguém com a capacidade de Ulysses Guimarães? Não, não teria. Mas não é apenas isso. O parlamento brasileiro está sequestrado por setores conservadores que não observam senão os seus interesses e, por vício, ignoram a coletividade.
A Câmara hoje é presidida por Eduardo Cunha, um dos políticos mais corruptos da história do país, que continua desafiando a justiça e manobrando duplamente: contra o seu processo de cassação no Conselho de Ética, que anda a passos de tartaruga, e, mais velozmente, a favor do afastamento da presidenta Dilma.
Além disso, mais da metade dos deputados da Comissão Especial de Impeachment tem pendências jurídicas, inclusive nas mais altas instâncias da justiça brasileira: alguns deles são réus em processos no Supremo Tribunal Federal (STF).
O que está acontecendo hoje no Brasil é muito claro: corruptos se acham no direito de julgar a presidenta da República por um crime de responsabilidade que ela não cometeu; é uma inversão total de valores, corroborada por uma elite perversa e uma mídia partidária.
Não se pode combater a corrupção com a própria corrupção. O que nascerá de um impeachment cuja motivação é frágil e de interesse de setores conservadores da sociedade, muitos deles reconhecidos sonegadores e corruptos? Qual o real interesse por trás do afastamento da presidenta da República?
Num país onde Eduardo Cunha é presidente da Câmara dos Deputados e almeja ser presidente da República, com a chancela de Gilmar Mendes, toda excrescência é vista com naturalidade. Um dia, quando os livros de história registrarem este momento do Brasil, tomara que não se esqueçam de fornecer estes detalhes que são muitas vezes suprimidos das narrativas escolares.
Está translúcido: corruptos querem afastar uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Será para sufocar a Lava Jato? Para acabar com os programas sociais que, segundo os neoliberais, consomem boa parte do orçamento? Será para salvar parte da velha mídia que cai aos pedaços? Ou será um desejo dissimulado de trazer de volta um Brasil do passado que os brasileiros e a democracia não querem?
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