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SAÚDE: Doenças cardíacas são as que mais matam no mundo


Este foi o fim de semana do Dia Mundial do Coração, data comemorada no sábado próximo passado, (29) foram lembrarados os cuidados necessários com as doenças cardíacas - as que mais matam no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A Baixada Santista é a terceira região administrativa do Estado em óbitos, com 5,8% do total paulista. Como é algo evitável, conhecer sintomas é fundamental.

As informações são do DataSIS, base de dados do Ministério da Saúde, atualizadas até 2016. Nos últimos cinco anos com estatísticas disponíveis (de 2012 a 2016), foram 146.258 mortes por doenças isquêmicas do coração em São Paulo e 8.593 na região. Santos puxa o índice, com 2.566 casos, seguida por Praia Grande (1.569) e São Vicente (1.500).

Só ficam à frente da Baixada Santista as regiões da Grande São Paulo, com 45.863 mortes, e o Alto Tietê, com 8.929.

Segundo especialistas, o estresse é uma forte influência, porque, numa rotina estressante, o corpo produz mais adrenalina, hormônio que aumenta a dificuldade de circulação sanguínea e provoca frequência maior de batimentos cardíacos. Além disso, é comum pessoas que sofrem estresse se alimentarem mal, praticarem pouca atividade física e não cuidarem da saúde.

Sintomas
As doenças do coração ocasionam muitas mortes porque, geralmente, no momento da ocorrência, pacientes demoram a perceber o que está acontecendo. Acreditam se tratar apenas de um mal-estar, explica o cardiologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Fernando Barreto.

"Por isso, é tão importante reconhecer sintomas. No caso do infarto, são comuns dores no lado esquerdo do tórax, podendo ser irradiadas para pescoço, mandíbula e braço esquerdo, além de vômitos, náuseas e sudorese fria", diz.

O que dificulta o reconhecimento desses sintomas é o aparecimento inicial do que a medicina chama de angina pectoris, que significa uma dor no peito menos intensa que a dor do infarto e que o antecede, conta Barreto. A diferença é que, na angina, há a dor no peito. No infarto, há a lesão do músculo cardíaco.

Fatores de risco
A herança familiar conta. Porém, doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, também. Mais: pessoas com colesterol elevado, fumantes, sedentárias e com alto índice de estresse têm mais chances de sofrer infarto.

Em média, a incidência aumenta nos homens a partir dos 35 anos e, nas mulheres, a partir da menopausa, pois, durante o período reprodutivo, os hormônios fazem uma espécie de cardioproteção adicional.

Caso o infarto não possa ser evitado, é importante, assim que começarem os sintomas, procurar pronto atendimento hospitalar. Antes, deve-se passar num cardiologista para saber como está a saúde do peito.

Quem já souber da probabilidade de doença cardíaca, de acordo com o cardiologista Fernando Barreto, pode, aos primeiros sinais de infarto “tomar três comprimidos infantis com princípio ativo de ácido acetilsalicílico (300 mg), comum para dor de cabeça, desde que não tenha alergia, e se direcionar o quanto antes a um hospital”. A medida tem como intuito afinar o sangue, diminuindo a pressão sanguínea do paciente, o que amenizará as consequências do infarto.


A falta de atendimento adequado em emergências e a desinformação quanto aos sintomas e gravidade das doenças cardíacas são os principais fatores para mortes na região. Avançar nesses assuntos será a prioridade da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) neste ano.Socesp vai espalhar informações

"Creio que os problemas de mortes sejam a questão de acesso ao atendimento adequado e a demora no atendimento", diz o presidente regional do Socesp, Fábio Guerra.

Segundo o presidente, a entidade pretende atuar nas prefeituras, treinando médicos e enfermeiros, e cobrar melhorias de infraestrutura, o que já começou. "Neste ano, a região foi a primeira do Estado a receber o Projeto Infarto, iniciativa da Socesp no Governo do Estado para treinamento de profissionais de Santos, Guarujá e Itanhaém".

A ideia é, a partir de 2019, é ter não só a caminhada em Santos (veja destaque), mas levar informação a escolas, escoteiros e ensinar manobras de ressuscitação e atuação em casos de emergência.

Nem tudo é infarto
Outra função é informar melhor a população sobre os tipos de problemas cardíacos. Por isso, há necessidade de visitas anuais ao médico, explica o cardiologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão Fernando Barreto.

"Ataque cardíaco e infarto são desfechos de uma doença cardíaca chamada insuficiência coronariana, a popular angina de peito", explica Barreto.

Ele lembra, no entanto, que há outras doenças bastante comuns, como as arritmias cardíacas (distúrbios no ritmo normal do coração), miocardiopatias dilatadas (o famoso coração inchado), valvopatias (doença nas válvulas cardíacas), endocardite e pericardite, que são infecção ou inflamação do coração, por exemplo.

Os sintomas dependerão da causa, mas em comum, de acordo com o especialista, estão dores no peito, palpitações e cansaço ao se esforçar.

Barreto conta que nem todos com problemas diagnosticados precisam parar com a prática de exercícios físicos: depende de cada caso.

Sobre a expectativa de vida média das pessoas que precisam de operações cardíacas, também é variável. "Não adianta o paciente fazer cirurgia de pontes de safena e continuar fumando, obeso, sem exercício e sem tomar a medicação", adverte o médico.


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Fonte:Redação com/atribuna/Arte: Mônica Sobral

 
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