ANNE FRANK: Há 76 anos, Anne foi detida pela Gestapo | Jampa Web Jornal - O seu Portal de Notícias Jampa Web Jornal - O seu Portal de Notícias

Sua Localização Geográfica

Dados criptografados em AES 256 bits, VeraCrypt, TrueCrypt!

Ads

  Powered by Google - Links Patrocinados - Jampa Web Jornal - Um espaço democrático e plural pela própria natureza.

Últimas Notícias

Loading...

ANNE FRANK: Há 76 anos, Anne foi detida pela Gestapo


Tempo estimado de leitura: 3 minutos e 23 segundos. - Visualizações: 11.679

Anne Frank e a família foram descobertas em Amesterdão e levadas para o campo de concentração onde a menina morreu.

Foi há quase 76 anos, no dia 4 de agosto de 1944, que Anne Frank e a sua família foram descobertas pela polícia nazista, a Gestapo, retiradas do anexo onde viviam há mais de dois anos e levadas para um campo de concentração. Este dia nunca entrou no seu diário, que termina a 1 de agosto.

Otto e Edith Frank fugiram da Alemanha nazi em 1933, com as filhas Margot e Anne, e mudaram-se para a Holanda. No verão de 1942, a perseguição aos judeus já atingira Amesterdão e a família não teve outra opção senão esconder-se no chamado anexo secreto. Situava-se nos andares superiores das instalações empresariais de Otto Frank. Outra família juntar-se-ia: Auguste e Hermann van Pels, o seu filho Peter, e um dentista chamado Fritz Pfeffer.

Durante mais de dois anos, a família Frank suportou a vida clandestina. Em agosto de 1944, tiveram esperança que os aliados libertassem a cidade. "Eu tenho a sensação que se estão a aproximar amigos", escreveu Anne Frank no seu diário, a 6 de Junho de 1944. Mas os judeus estavam longe de estar seguros – havia recompensas para quem os entregasse aos nazis. Só nesse ano, na Holanda, quase 100 mil judeus tinham sido enviados para campos de concentração.

Na manhã de dia 4, Anne acordou no seu quarto partilhado com o dentista Fritz. Foi uma manhã normal, a do 761.º dia que passavam escondidos. Depois de seguirem o horário rigoroso para se lavarem e vestirem, os habitantes do anexo ouviram as notícias, graças a um pequeno rádio que lhes foi oferecido clandestinamente, de acordo com o jornal britânico Daily Mail. Nesse dia, ficaram a saber que a cidade francesa de Rennes caíra nas mãos das tropas norte-americanas que avançavam para a Bretanha.

Na sede da Gestapo no centro da cidade, o oficial Julius Dettmann recebeu uma chamada. Foi informado que estavam judeus escondidos no edifício 263 da Prinsengracht – os Frank. Horas depois, o agente Karl Josef Silberbauer chegou ao edifício com a sua brigada e a família tentou fazer o menor barulho possível. O homem suspeito de ter traído os Frank, Willem van Maaren, recebeu os oficiais, ainda na rua, e informou-os em como tinha encontrado indícios de pessoas escondidas nos andares superiores do edifício.

Victor Kugler e Miep Gies, que ajudaram as famílias a esconder-se, receberam Silberbauer e mostraram-lhe todo o edifício. Anos depois, quando Victor Kugler recordou esta história, disse: "Por fora eu estava muito calmo, mas por dentro estava aterrorizado". Quando os oficiais da Gestapo chegaram ao segundo andar onde estava a estante – atrás da qual se situava a entrada para o anexo secreto - o agente viu o gancho que a prendia e descobriu a porta secreta.

A primeira pessoa a ser descoberta foi Edith, que estava na cozinha. Logo de seguida, os agentes trouxeram Margot e Anne, com as mãos na cabeça. No andar de cima, Otto e Peter ouviram pessoas a correr e perceberam o que estava a acontecer. Momentos depois, um agente chegou, apontou-lhes uma arma e ordenou que fossem para a cozinha. "Quando a Gestapo chegou com armas na mão, eu percebi que era o fim de tudo", recordou Otto Frank anos mais tarde.

Os oito ocupantes da casa foram buscar as malas de emergência, que já tinham sido feitas há uns anos e deixaram o anexo por volta da uma da tarde. Fritz Pfeffer, os Frank e os van Pels foram levados para uma carrinha da Gestapo e Victor Kugler foi preso por esconder os judeus.

No dia 7 de agosto, na Estação Central de Amesterdão, duas irmãs, Lin e Janny Brilleslijiper, membros da resistência holandesa, viram a família Frank a caminho do campo de concentração. "Um pai muito preocupado e uma mãe nervosa com duas crianças vestidas com roupas de desporto e mochilas… todos com um silêncio melancólico", relembra uma das irmãs.

Os quatro homens do anexo acabaram em Auschwitz. Apenas Otto sobreviveu. A sua mulher, Edith, morreu em Auschwitz a janeiro de 1945 e Auguste van Pels desapareceu no mês seguinte. Peter foi transportado para um campo de trabalho e ficou doente, tendo morrido dias depois de o campo ser libertado pelos norte-americanos, com apenas 18 anos. Em março de 1945, Anne e Margot contraíram tifo no campo de Bergen-Belsen e morreram. Foram as irmãs Lin e Janny que as enterraram no campo de concentração. Semanas depois, Bergen-Belsen foi libertado pelos ingleses.

No dia em que Otto descobriu o destino das suas filhas, Miep Gies entregou-lhe os diários que conseguiu recuperar depois da saída da família do anexo. O Diário de Anne Frank foi publicado a 25 de junho de 1947, pelo pai. O livro já vendeu mais de 30 milhões de cópias e foi traduzido em mais de 70 línguas. Em 1960, o edifício 263 da Prinsengracht foi salvo por Otto de uma demolição e transformado num museu com a ajuda da Fundação Anne Frank e de doações públicas. A cada ano, a casa recebe mais de um milhão de visitantes.

Julius Dettmann, o oficial que recebeu a denúncia sobre os Frank, cometeu suicídio em Julho de 1945 enquanto esperava julgamento, em Amesterdão. Karl Josef Silbeubauer nunca foi condenado e a identidade do informador nunca foi descoberta.


Jampa Web Jornal
Fonte: JWJ/Jorge Correia/J.Alves/por Ana Rita Durão com Leonor Riso


Ajude a manter o Projeto Jampa Web Jornal  
Sua doação de qualquer valor será muito importante para nós!
 
Você pode ajudar o Projeto Jampa Web Jornal   Doando US$ 1,00 em


Publicidade - Cursos Online - Jampa Web Jornal:


Divulgue no Twitter:

Nenhum comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Portal Jampa Web Jornal. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes, ou que violem direitos de terceiros. O site Jampa Web Jornal poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso, ou que estejam fora do tema da matéria publicada.