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ANONYMOUS!: Volta à ativa contra Bolsonaro e Trump; conheça o grupo hacker...


Tempo estimado de leitura: 2 minutos e 32 segundos. - Visualizações: 25.873


Após um período de hiato, o grupo de hackers Anonymous voltou a dar as caras —isto é, as máscaras— na internet. De domingo (31) para segunda (1), após protestos pela morte de George Floyd, nos EUA, eles voltaram à ativa depois de um ano. O grupo tornou público uma suposta ação judicial contra Donald Trump, presidente dos EUA, acusado de estupro, abuso sexual, violência física e outros crimes....

Também sugeriu que se investigue se o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem ligações com John Casablancas, empresário do mundo da moda que lançou Gisele Bündchen e outras top models. Ele morou no Rio de Janeiro entre 2003 e 2013, quando morreu aos 70 anos em decorrência de um câncer. O grupo não entrou em detalhes, nem explicou o motivo de tal sugestão. 


Quem são? 

O Anonymous é um coletivo descentralizado e sem líder que se formou em 2003. Qualquer pessoa pode se declarar um Anonymous sem ter que expor o próprio nome. Eles ficaram conhecidos por usarem a máscara de Guy Fawkes, Guy Fawkes é um soldado britânico da vida real, e não apenas um personagem da obra "V de Vingança". Durante os protestos de junho de 2013 no Brasil, as máscaras eram um acessório recorrente entre os manifestantes. 

Por serem descentralizados, se autodenominam de "legião" e defendem que são "uma ideia". Qualquer pessoa que se identifique com isso e seja um hacker pode ajudar a vazar informações. O lema dos Anonymous é: "Somos uma Legião. Não perdoamos. Não esquecemos. Somos os Anonymous".

O grupo se guia pelo hacktivismo, a ação hacker como forma de ativismo político e social. Mas nem sempre foi assim. No livro "Nós Somos Anonymous: Por dentro do mundo dos hackers", a autora Parmy Olson explica que as origens do grupo remontam ao fórum online 4chan, e que as ações eram como uma versão digital dos trotes telefônicos.

Tom Cruise na mira A mudança começou em 2008, quando veio à tona uma entrevista de Tom Cruise para a Igreja da Cientologia, da qual o ator faz parte, e que eles não queriam publicar. No vídeo, ele fala sobre o que é ser cientologista e as diferenças para as pessoas "normais". As respostas de Cruise carecem de lógica e ele se tornou piada ao redor do mundo.

Patty Pieniadz, ex-seguidor cientologista que vazou vídeo, não sabia como subi-lo no YouTube. Enviou uma cópia a amigos que souberam fazer isso. Apesar dos cientologistas tentarem derrubar o vídeo, a entrevista ainda está na plataforma, com mais de 14 milhões de visualizações até a publicação deste texto. Naquele ano, uma usuária do 4chan abriu um tópico sob o título "Scientology raid?", algo como "ataque à Cientologia?", incentivando 'hackear' ou 'derrubar' o site oficial da igreja.

Em 15 de janeiro de 2008, começou a fase um, com um ataque DDoS, ou negação de serviço. A ideia é sobrecarregar o servidor até que ele saia do ar, e assim aconteceu com diversos sites da Igreja da Cientologia. O ataque trouxe fama ao Anonymous. Conforme fala Olson, os motivos pela escolha da Cientologia como alvo eram a fama da igreja de processar e perseguir quem a critique. Em 26 de janeiro daquele ano, o grupo fez um protesto off-line na frente de uma Igreja da Cientologia em Nova York. "Leve uma máscara de sua escolha", dizia a mensagem, que terminava com o slogan do grupo. "Nós somos Anonymous. Nós somos Legião. Nós não perdoamos. Nós não esquecemos. Espere por nós".

Julian Assange, fundador do Wikileaks Imagem: Reprodução/WikiLeaks Em defesa do Wikileaks O Anonymous ficou fora do radar por um tempo, e ressurgiu em 2010 quando foram revelados centenas de milhares de documentos do governo do Estados Unidos pelo site Wikileaks. O editor, Julian Assange, fez parcerias com jornais como The Guardian e New York Times para divulgá-los. Em retaliação, o Wikileaks saiu do ar após ataque de um hacker ex-militar. Assange levou o site para os servidores da Amazon, que o excluiu sob a alegação de que ele violava as regras de privacidade da empresa. O Wikileaks era mantido no ar por doações, recebidas por sistemas de pagamento como PayPal, Visa e Mastercard.

Como retaliação, o Anonymous organizou um ataque bem sucedido ao blog do PayPal, também com DDoS. A diferença é que em vez de centenas de usuários derrubando o site, usaram botnets, redes de aparelhos conectados que podem realizar ações em massa. O grupo também tirou do ar os sites da MasterCard e da Visa por mais de doze horas no mesmo dia.

Jeffrey Epstein, morto na prisão em 2019 após acusação de tráfico sexual de menores Imagem: HO / New York State Sex Offender Registry / AFP Currículo hacker De 2010 até agora, o grupo orquestrou ações como: Derrubar sites dos governos da Tunísia e do Egito em 2011, durante a chamada Primavera Árabe Em 2012, atacou sites do governo americano e empresas de entretenimento, como a Universal Music Group, após o site Megaupload --usado para compartilhar pirataria-- ter sido tirado do ar Durante os protestos de junho de 2013, o braço Anonymous Brasil reivindicou a autoria da invasão ao Instagram da presidente Dilma Rousseff Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil,  , derrubaram o site da Abin (Agência Brasileira de Inteligência Nacional) 


O ressurgimento do Anonymous neste ano veio num contexto de agitação social. 

A mensagem postada no Twitter do grupo tenta explicar o que os documentos publicados têm a ver com o movimento Black Lives Matter. "O que Epstein [Jeffrey Epstein, bilionário americano acusado de tráfico sexual de menores que foi encontrado morto na prisão em 2019] tem a ver com o Vidas Negras Importam? É um anúncio da impunidade dada àqueles no poder, que acreditam que nós somos propriedades que eles podem vender e destruir quando quiserem. A impunidade deles é o porquê que eles assassinam pessoas negras e traficam criança. Nós todos podemos pará-los".



Jampa Web Jornal
Fonte: JWJ/Jorge Correia/J.Alves.UOL/Anonymous/IG/Jampa Web Jornal


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