Homem mais odiado dos EUA, Martin Shkreli é preso por fraude

Ele aumentou preço de remédio para portadores do HIV em 5 mil %

O jovem empreendedor norte-americano Martin Shkreli, que ficou conhecido por comprar e aumentar o preço de um medicamento essencial para pessoas diagnosticadas com Aids em 5 mil %, foi detido pelo FBI pela acusação de fraude e desvios de fundos. A cena de Shkreli, de 32 anos, deixando sua casa algemado agradou grande parte dos norte-americanos após as polêmicas ações do empreendedor da indústria farmacêutica, que é conhecido por comprar patentes de remédios baratos e depois aumentar seus preços.   

Na imprensa local, ele foi chamado de "o homem mais odiado da América". Shkreli ainda foi alvo de críticas tanto de democratas como de republicanos. A ex-secretária de Estado Hillary Clinton disse que seu comportamento é injustificável. O magnata Donald Trump, conhecido por suas declarações polêmicas, o chamou de "um garoto mimado". Em setembro, sua empresa farmacêutica, a Turing Pharmaceuticals, aumentou o preço do remédio Daraprim de US$13,50 (R$ 54) para $750 (R$ 3 mil) por pílula. O medicamento é o único aprovado pelo governo para tratar toxoplasmose, uma doença que afeta principalmente pacientes com câncer, Aids e grávidas.   

Ele se justificou dizendo que os convênios, seguros de saúde e outros programas sociais pagariam o medicamento e ele usaria parte da renda para ajudar pesquisas sobre novos tratamentos para a Aids.   

Na última quinta-feira, ele foi levado a um tribunal federal no Brooklyn, onde foi absolvido após o pagamento de uma fiança de US$ 5 milhões (quase R$ 20 milhões). Caso fosse condenado, ele poderia pegar até 20 anos de prisão.   

Segundo promotores, ele perdeu dinheiro ao fazer maus investimentos entre 2009 e 2014 e depois desviou US$ 11 milhões (aproximadamente R$ 44 milhões) da empresa Retrophin, da qual era CEO, para pagar investidores descontentes.   

Segundo o promotor Robert Capers, Shkreli se envolveu em múltiplos esquemas para enganar seus investidores em meio a uma rede de mentiras.   

O empresário também é conhecido como um prolífico usuário das redes sociais e por ter comprado um CD de rap do grupo Wu-Tang Clan por US$ 2 milhões (cerca de R$8 milhões).

Jampa Web Jornal
Agência Ansa